quinta-feira, 27 de junho de 2013

e nessas pessoas, você

Me peguei pensando nela esses dias. Acho que ela se perdeu, ou, talvez, tenha se encontrado. Até entendo, embora com tristeza, que isso tenha acontecido. Inclusive avisei-a dessa possibilidade.
São tantas ruas e caminhos e pessoas. Pessoas.
Depois concluí que, apesar dos pesares, a gente sempre sabe como voltar pra casa, não é? Quer dizer, sempre se encontra uma maneira de voltar pra casa. 
Pode ter sido ela, ou eu. Eu. Em um novo endereço, em paralelo, sem vias de acesso.
Então lembrei que - depois de tanto tempo por espera-la - fui obrigada a caminhar. E aí andei por outras ruas e outros caminhos e outras pessoas. E nessas pessoas, você. Você! Com uma voz serena, uma mente tumultuada e um sorriso incrivelmente... Seu. Seu, meu.
Me levando a mais outros caminhos e outros lugares e às tuas pessoas.
Pronto, está feito. Recalculei a rota.
Você diz não me encontrar muito, que me enxerga distante de ti.
É bem verdade, eu sei. Estou caminhando em marcha lenta. Mas tem lá suas vantagens. Confia em mim.
Seus cílios compridos e seu riso contido me servem de sinais, o tempo inteiro.  Alegando que eu deveria te dar acesso muito mais que aos meus horários durante a semana e as estações de metrô qual você, casualmente, pode vir a me encontrar. Eu sei, deveria. Mas a bagunça que você causa ao meu coração é proporcional a que eu gosto de fazer no teu cabelo preto-liso-macio-cheiro-de-flor. E você se irrita, e eu também, e isso, em teoria e analogia, tem seu charme.  Caso sirva de consolo, declaração ou demonstração de afeto, te digo, pois, quê: O cheiro que se concentra ali, na esquina do teu pescoço com o ombro, definitivamente, me sugere a certeza de que, em ti, fiz meu novo lar. 

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