Eu sei, a noite era propicia, o tempo estava bom e ausência de requinte do lugar contemplou com excelência a liberdade pro meu corpo se aproximar do teu de maneira natural. Seria bonito então, eu escrever da nossas conversas, de como a lua estava bonita e de como nós, ali, parecíamos o mundo inteiro. Desconectando de qualquer outra possível realidade. Eu poderia escrever do nosso papo, das tuas estórias, as minhas. Dos filmes em comum, inclusive os babacas. De Gettier, Shakespeare, Almodóvar e mais. Das palavras novas que aprendi e dos sorrisos que eu usei e abusei, de maneira involuntária, pra responder o quanto aquilo, por si só, me causava um prazer, até então, desconhecido. Eu poderia falar da árvore sem folhas sendo testemunha de um romance digno de Victor Hugo, talvez. Sorte a dela, a minha, a nossa.
Devia poetizar sobre o fato de Chico ter sido a trilha sonora desse momento, com a maestria que só a ele pertence.
Devia repetir á essa altura do texto, o que disse entre uma conversa e outra: que jamais seria capaz de de escrever o que quer que fosse sobre aquela noite, e não serei. De antemão, um aviso: no máximo um rascunho. E aqui está.
Em vão eu dizer, sem receio nenhum, que o eu sinto por você é transcendental. E é, ponto.
Mas, de tudo, eu só gostaria de escrever, que o que mais me sobrou da noite, foram as minhas unhas afundando no teu cabelo preto-liso-macio-cheiro-de-flor me sugerindo o porque, de todos os clichês do mundo, eu enfim usaria o maior deles: "Um lugar: aqui. Um momento: agora".
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