sábado, 13 de abril de 2013

ausência não justificada

Passei alguns dias me perguntando o quanto diz o meu silêncio. Nesse momento em que estamos, o quanto diz á nossa ausência ?  Calamos ás magoas, as saudades, as ansiedades. Olhamos com serenidade uma para outra, assim, ''como deve ser''. Num ato impressionante de maturidade e, porque não, civilidade, nos cumprimentamos,  nos despedimos: ''Um beijo pra família, se cuida''. Seguir na rua, sem olhar para trás, sem pensar duas vezes na situação, só continuar. O mesmo caminho de todos os dias rumo á aula, aos amigos, ao trabalho, aos livros, as músicas. 
Ai, como em um instalo, a questão: Um abismo de silêncio e ausência: Somos paralelos. Duas linhas, lado á lado, que não se cruzam, não se intervenham, não se misturam. Calamos ás angustias, as brigas nas estações de metrô. Nas paredes da tua casa, nas paredes da minha. Silêncio entre os dias (dias inteiros), depois semanas, meses...anos (?).
Não houve lagrimas, nem palavras de culpa, nem declarações de amor entre soluços - mas sempre foi assim não é ? sempre foi, não é mais, não somos.
Não foi preciso segurar os meus braços, nem me empurrar contra a parede - eu não tentei te agredir - nem responder ás minhas perguntas vulgares - você prefere comer ela á mim ? - não precisou sanar minhas dúvidas descabidas dizendo quê - para com isso porra, você é a mulher da minha vida - silenciamos.
Não precisou mandar uma mensagem, depois de um discussão, dizendo quê - "você nunca vai ficar sem mim" - nos ausentamos.
Não precisou me abraçar por trás no corredor escuro, sujo, úmido que faz caminho entre a tua casa e a rua, como você sempre fazia quando não queria, pelo amor de Deus, que eu fosse embora nervosa contigo - Ausência.
Tal como, não precisei desligar o celular, o telefone, se eu pudesse a mente, pra fazer entender, de uma vez por todas quê:somos silêncio, paralelos, ausentes.

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